sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Que grosseiros

Afinal os nossos amigos de longa data, propositadamente ou não, até que conseguem ser indelicados: http://en.wikipedia.org/wiki/Rude_Britain

E acho que no capítulo das terras com nomes "suspeitos" atrevo-me a sugerir que nos estão a ganhar...

domingo, 15 de novembro de 2009

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Mudanças à porta

Estes últimos tempos têem sido de trabalho: finalizar o meu primeiro artigo (espero), analisar os solos que trouxe de São Tomé, tratar os dados da minha visita piloto....
Aproveito para partilhar algumas imagens do meu trabalho laboratorial. Estou surpreendido comigo mesmo. pensei que odiava laboratório, mas até tem sido bastante positivo. É bom fazer algo diferente e também acho que me senti muito eficiente. Provavelmente até nem sou nada eficiente, o que estou a fazer é que deve ser o B A BA do trabalho laboratorial com solos!



Nem quero acreditar que já estou em Lancaster há mais de um ano! Mas é bem verdade, e estão agora a chegar os novos estudantes de doutoramento para o comprovar. Mudanças no escritório (vou passar a ficar à janela) e despedidas a aproximarem-se. Pois, nem tudo ém com as mudanças, mas ao menos há razões de sobra para celebrar! E este mês que se aproxima vai ter mesmo que ser de festa, também para ajudar a esquecer o Inverno deprimento que se aproxima...

Jantar do pessoal do escritório (eu, Clare, George e Sabrina)

Para terem uma ideia daquilo que estas moças me fazem passar no escritório....

Mais um passeio pelo distrito dos lagos...

E com o pretexto de ir ver as cores outonais organizamos um passeio ate ao Lake District. Supostamente esta e a zona mais chuvosa de Inglaterra, mas pela terceira vez consecutiva e apesar do amanhecer pouco promissor, apanhamos um radiante dia de Sol. Quentinho e tudo!
Mesmo o que pessoal precisa depois de uma semana inteira enfiado no escritorio e/ou laboratorio.


(Fotos de Sabrina Almeida)

As cores outonais ainda nao estavam propriamente no auge, o que nos da uma boa desculpa para la voltar :)

E a chegarmos a Lancaster, de novo o tempo cinzento! Algo me faz acreditar que Lancaster foi amaldicoado com um centro de baixas pressoes, sempre cinzento...

domingo, 20 de setembro de 2009

Canal Santola - Musica de Sao Tome e Principe

E a pedido de varias familias aqui fica um exemplo da muita musica produzida pelas terras do leve leve...
Um teledisco que mostra muitas das imagens de marca de Sao Tome (fruta, peixe fresco, buzio, iaces amarelas, praia, vinho de palma, palaies - vendedoras de rua,...)
E outro que tem um valor muito especial, por ser filmado em Sao Tome e, salvo erro, algures nos jardins do Campo Grande:

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

SOL


3 dias maravilhosos para matar saudadinhas da Beira interior, rever amigos e apanhar calorzinho. Ha muito tempo que nao apanhava tanto sol e calorzinho do bom (do seco). Abencoadas terras de Idanha e Castelo Branco.

E este solzinho e mesmo bom para fotos, por isso vou usar pouco das palavras...


A ver o albicastro, em rapida mudanca...

Ainda nao acredito que nao dei aqui uma bela banhoca, mas o calor estava a sentir tao bem, que nem me apeteceu refrescar...

Enigmas de pedra em Idanha-a-Velha.


Sao Pedro de Vira Corca

Monsanto

Vista sobre Monsanto, com as Serras da Gardunha e da Estrela, la ao longe!


Estranhas escadas, no castelo de Monsanto

Arco, em Monsanto. Penha Garcia e Espanha la mais ao longe.


E agora sim o calor ja estava a dar cabo de mim, e especialmente o sol nos costados...


Os primos em busca dos fosseis de Penha Garcia.


Se depender de mim, o regresso ao albicastro nao tardara....

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A ressaca de S. Tome

Uma vez regressado a civilizacao (onde abunda a internet), tenho andado a "abandonar" o meu querido blog... Deve ser consequencia do choque tecnologico! Mas aqui fica um resumo do ultimo mes e meio.


Muito trabalho e muitos dias cinzentos e deprimentes no fantastico Verao ingles, em que as temperaturas raramente subiram acima dos 20oC!


Uma semaninha em Oxford, muito bem passada num misto de trabalho e de conversas sobre tudo e mais umas botas, mas em especial sobre a Guine-Bissau, Sao Tome, biodiversidade e sociedade, e e claro, sempre que possivel a mal dizer os nossos queridos anfitrioes ingleses. Uma visita relampago a Londres, para dizer que ja la estive. E ja agora para dizer que hei de la voltar. Aquele iogurte maravilhoso com um rotulo muito esclarecedor (ingredientes: nao contem nozes. - e nao dizia mais nada!)


A prova da visita a grande metropole (Meritos fotograficos: Joana Sousa)
Depois ainda andei a fazer trabalho de campo, a contar os animais (parasitoides, lagartas, pulgoes,...) em couves. Mas foi bem mais animador do que possa parecer. Fazer um pouco de horticultura, para desenjoar do escritorio e conhecer um pouco mais de Ingaterra...

Pois e, uma pequena correccao. Passo a vida a falar de sua majestade, mas na verdade o titulo oficial e: "Her Majesty Elizabeth the Second, by the Grace of God, of Great Britain, Ireland and the British Dominions beyond the Seas Queen, Defender of the Faith, Duchess of Edinburgh, Countess of Merioneth, Baroness Greenwich, Duke of Lancaster, Lord of Mann, Duke of Normandy, Sovereign of the Most Honourable Order of the Garter, Sovereign of the Most Honourable Order of the Bath, Sovereign of the Most Ancient and Most Noble Order of the Thistle, Sovereign of the Most Illustrious Order of Saint Patrick, Sovereign of the Most Distinguished Order of Saint Michael and Saint George, Sovereign of the Most Excellent Order of the British Empire, Sovereign of the Distinguished Service Order, Sovereign of the Imperial Service Order, Sovereign of the Most Exalted Order of the Star of India, Sovereign of the Most Eminent Order of the Indian Empire, Sovereign of the Order of British India, Sovereign of the Indian Order of Merit, Sovereign of the Order of Burma, Sovereign of the Royal Order of Victoria and Albert, Sovereign of the Royal Family Order of King Edward VII, Sovereign of the Order of Mercy, Sovereign of the Order of Merit, Sovereign of the Order of the Companions of Honour, Sovereign of the Royal Victorian Order, Sovereign of the Most Venerable Order of the Hospital of St John of Jerusalem".
Curioso este povo ingles, nao?

domingo, 2 de agosto de 2009

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Adeus leve leve

E assim chegaram ao fim 4 meses de leve leve...

Domingo estou de volta a Lancaster!

Terras de cacau

São Tomé já foi, no início do século XX, o principal produtor mundial de cacau. Desde então a produção tem vindo a decair e actualmente muitas das antigas roças do cacau estão abandonadas. No entanto uma proporção significativa da ilha continua coberta por plantações de cacau, em diferentes estados de degradação, e sobre diferentes formas de gestão: pequenos produtores, associados ou isolados, médias e grandes empresas, sobre gestão privada ou como propriedade do Estado.
Costa Santos – Uma das muitas roças que foram sendo abandonadas, em especial depois da independência, e que estão a ser rapidamente engolidas pela floresta! Para dar uma ideia o único edifício que resta nesta roça é uma pequena igreja de pedra construída em 1956, e muito provavelmente, tal como tantas outras, há 35 anos ainda funcionava.
Estrada de mato (antiga linha férrea) – Uma das razões para o abandono das plantações é a degradação dos acessos. Outrora coberto por uma rede ferroviária de mais de 600km, não restam hoje senão uns fantasmas desse meio de transporte, e mesmo o acesso rodoviário é em muitos casos apenas possível de tractor. O meu pobre Feroza, por exemplo não conseguiu chegar à parte do caminho na foto!

Apesar da decadência das plantações, o cacau continua a ser uma das principais exportações de São Tomé e Príncipe, em grande parte devido à decadência económica generalizada do país. Mesmo a quilómetros da estrada transitável mais próxima, muito do cacauzal continua a ser explorado. Sobretudo quando é pertença de pequenos agricultores que não têm muitas alternativas de rendimento, mas o envelhecimento das plantas e as dificuldades em fazer os tratamentos fitossanitários, acaba em muitos casos por levar a um abandono progressivo deste tipo de exploração.
Cacaoeiros podados

As variedades de cacaoeiro cultivadas em São Tomé, têm que ser protegidas da exposição directa ao sol, por árvores de grande porte. Este habitat criado pelo Homem, apesar de não ser utilizado por todas as espécies florestais nativas da ilha, parece ser utilizado por muitas delas. Pensa-se que uma das razões seja o facto de a estrutura da vegetação se assemelhar mais à floresta do que em outras práticas agrícolas. A existência de recursos mais diversificados neste tipo de plantações também contribui certamente para a sua diversidade e quando a sombra é utilizada para outras culturas (como a bananeira e a matabala na foto) o número de espécies aumenta efectivamente.
Plantação de sombra

Mas depois de tanta conversa sobre cacau, fica por saber por que raio é tão difícil arranjar chocolate nesta ilha... E fica desde jáo aviso que o P.E.P.O.T.E. (Plano de Engorda Para O Trinca Espinhas) vai voltar à acção e desta vez vai-se basear em chocolate. Coisa que, paradoxalmente vai ser facílima de encontrar em Lancaster... Como diria o Homer Simpson, babando-se: “Chocolate...”

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Madeira downhill

Os madeireiros de São Tomé não têm uma profissão nada fácil. A maioria da boa madeira está em zonas com muito maus acessos e em terrenos com muitas inclinação, onde muitas vezes só é possível trabalhar durante a gravana. É muito bom para a preservação das florestas, mas vejam só a trabalheira que dá arrancar umas tábuas por estas bandas:
- Escolher uma árvore de boa madeira e grandes dimensões;
- Acartar uma motosserra encosta acima, muitas vezes abrindo ou melhorando caminhos;
- Deitar a árvore abaixo;

(Nesta fase do processo, nas zonas mais inclinadas, isto significa que a árvore não só vao cair no chão como também se vai arrastar pelo chão da floresta, e tudo o que apanhar pela frente, até chegar a terreno mais plano. Basicamente a árvore provoca uma derrocada e chega lá abaixo já partida)
- Cortar a árvore em tábuas ou barrotes;


(Apenas as partes mais valiosas da madeira são aproveitadas, porque o transporte é muito difícil, tudo o resto fica na floresta a apodreder. É um processo muito pouco eficiente. Imagine-se só o que não deve ser cortar uma árvore gigante a motosserra!)
- Acartar as tábuas e barrotes até ao caminho mais próximo, o que em muitos casos pode significar muitos quilómetros de voassatá e caminhos em péssimas condições.

(Algumas vezes os barrotes e tábuas ficam a apodrecer na floresta, porque o transporte do material nunca chegou...)

(Imaginem a ginástica precisa para descer este caminho, com um monte de tábuas à cabeça...)

Morro Muquinqui

E uma das coisas boas do trabalho de campo é que nos leva a sítios que de outra forma não nos passaria pela cabeça. Foi assim que dei com o Morro Muquinqui. Tem umas vistas fabulosas sobre a parte Norte da ilha e tem caminho acessível até ao topo. Não percebo como ainda ninguém descobriu o potencial turístico deste sítio, mesmo ao lado da cidade de Gaudalupe e de uma série de praias “turísticas”...

Plantação de cana de açúcar em quantidade, para que não falte a bela da cacharamba (aguardente de cana).



O ilhéu das Cabras, com uma queimada na zona de Fernão Dias.



Uma vista espetacular sobre a Roça Agostinho Neto, provavelmente a mais conhecida do país!

Gravana ao rubro

E finalmente temos gravana a sério...

Nebulado, vento forte junto ao mar, pouquíssima chuva e frio, MUITO FRRRIO. OK, muito frio é um exagero, mas para os padrões locais é bem verdade. Devem estar uns 15°C na zona de Monte Café, e atendendo às casas e roupas que por aqui existem, dá efectivamente para ter frio! Eu por exemplo estou a dormir de pijama e meias, com lençóis, manta, colcha e saco-cama! Mas não tenho vidro na janela. O vidro é um luxo a que poucos se podem dar!

E apesar deste frio todo, como esta é também a época mais seca e, ao bom espírito deixado pelos portugueses, é a altura ideal para pegar fogo à floresta. Uma coisa difícil de imaginar noutras épocas do ano..

Primeiro cortam-se as ervas, arbustos e árvores mais pequenas.


Quando estiverem secas, pega-se fogo.

E depois é cortar as madeiras que restam e plantar tudo e mais umas botas, para ver o que pega!
Esta época do ano é sem grandes dúvidas quando a floresta está mais ameaçada e não só pelas queimadas associadas ao avanço agrícola, mas também porque todas as outras actividades são particularmente intensas nesta época do ano: abate de árvores, caça, manutenção de caminhos, ...


Búzio-vermelho – Trata-se de uma espécie introduzida recentemente na ilha, mas que se tem espalhado como fogo. E até é bom que os vão apanhando, para controlar a expansão deste bicharoco. As quantidades que apanham são gigantescas...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Uma semana pelo Sul!

A semana passada foi passada a acampar pelo distrito de Caué, no Sudeste de São Tomé!
Grande parte desse tempo foi passado na zona de Ribeira Peixe, onde existe a EMOLVE (Empresa de Óleos Vegetais), uma grande plantação semi-abandonada de palmeira-de-andim para produção de óleo de palma! Esta monocultura representa uma enorme ameaça para a biodiversidade da ilha, sobretudo se avançarem os planos de reabilitação e expansão, dos actuais 610ha para cerca de 2000ha!
A plantação de palmeira-de-andim domina na zona de Ribeira Peixe!


Pico Cão Grande – Esta espectacular agulha vulcânica emerge 400m acima da área circundante!

No entanto, e apesar desta séria ameaça aos valores naturais, é também por aqui que existem algumas das áreas florestais de baixa altitude mais bem preservadas da ilha, onde se podem ver algumas das espécies de aves mais ameaçadas do mundo: a galinhola, o enjoló e o picanço!
Um aspecto da floresta de baixa altitude nos arredores de Ribeira Peixe!
Obo - Vista de um caminho dentro da floresta primaria
Para além da ameaça da destruição directa do habitat para converter em zona de plantação, outras ameaças pairam sobre a floresta nesta região, nomeadamente a caça e as espécies introduzidas (cobra-preta, porco, lagaia, doninha, macaco, búzio-vermelho, quina, bambú, palmeira,...).

Mucanha – Esta ave, endémica de São Tomé ao nível subespecífico, é muito frequente nesta região e parece ser bastante caçada. Curiosamente noutras zonas da ilha, esta espécie não é caçada porque se alimenta no chão...

Cobra-preta – Uma espécie introduzida para caçar roedores nas plantações de cacau, mas que actualmente se encontra espalhada por toda a ilha e que provavelmente faz sérios estragos nas populações de espécies animais nativas!

Estes dias passados no campo teriam certamente sido muito mais duros se não fosse a colaboração do tempo, nublado mas praticamente seco, e das pessoas que nos acolheram de uma forma espetacular por onde quer que fossemos passando!

Missi e Mitu – Tecto, comida e orientações, nada nos faltou durante a nossa estadia na EMOLVE!

Crianças do quintal da EMOLVE – Depois de um raspanete por causa do “branco, doce”, lá aprenderam a chamar-me pelo nome e no último dia até tive direito a serenata depois de chegar do mato! Em troca não levaram doce, mas tiveram uma extra prolongada sessão fotográfica!

Aleluia, aleluia!

Para além do objectivo principal da minha estadia em São Tomé, fui acumulando uma série de missões paralelas. A bicharada destas bandas suscita mesmo muito interesse entre os cientistas e, estando por aqui, podia ir entretendo-me a recolher umas amostrazitas! Um destes pedidos era para apanhar uma doninha, localmente conhecida por rato-aleluia, cauiri ou rato-xixi.
E depois de contactar algumas pessoas, a mensagem parece ter-se espalhado e finalmente consegui deitar as mãos a um destes animais. Graças a um grupo de rapazes da Monte Café que cometeu a proeza de o apanhar com um casaco! O animal ainda esteve vivo por algum tempo, mas quando me vieram entregar já estava morto.
Se conseguir levar o animal para Portugal, talvez se consiga finalmente esclarecer a origem destes animais, introduzidos na ilha pelos portugueses para controlar as populações de roedores, e perceber se estes animais são efectivamente gigantes dentro da espécie!


A doninha e um dos seus captores!

domingo, 28 de junho de 2009

Fruta da burrice

A fera (nome pelo qual carinhosamente passou a ser conhecida a minha viatura) anda numa maré de azar que não tem explicação...
Depois de uma semana inteira no mecânico, a primeira vez que vai para o campo fura um pneu e volta a partir as molas. É claro que não tínhamos o macaco e estávamos em S. José de Bindá (o fim do mundo, muito depois do fim da estrada), e levámos umas boas três horas a mudar o pneu para descobrir que o sobresselente também estava meio furado. Depois de uns bons 25km de caminhos rurais em muito mau estado, estradas esburacadas e, há que reconhecer, o único trecho de estrada em condições na ilha inteira lá conseguimos arrastar a fera até Neves para safar um dos pneus. Neves é a cidade industrial, mas tendo em conta que uns dias antes não havia petróleo na cidade, já foi uma sorte conseguirem tapar um dos furos, para conseguirmos chegar a casa. Ter o trabalho pronto às 10h da manhã para depois demorar 8h para percorrer 65km de estrada é um bocado frustrante, mas mesmo assim foi bom finalmente conseguir chegar...
Já na semana seguinte, assim que volto para trabalho de campo: novo furo! E apesar de já ter macaco, ainda não tinha sobresselente em condições, pelo que tive que arrastar o pneu por uns 2km ao Sol até encontrar o Leonel. E depois uma mota para levar o pneu até Micoló, onde por peripécias várias, demoraram mais de 3h a tapar oS furoS do pneu. Irritado com os pneus sempre a furar, decidi ir para a capital à procura de pneus, não novos mas pelo menos em melhor estado. E assim que paro para ir a uma loja de pneuis usados: novo furo! Tapar furos na cidade sai rápido, mas já sem paciência, decidi deixar um dos pneus furados a tapar e ir para casa. Mais um dia a chegar quase de noite a casa, depois de acabar o trabalho às 10h da manhã. Obviamente que no dia seguinte: novo furo! Que raiva... Lá fui eu comprar um pneu novo, por causa das coisas. E fiquei com um sobresselente em bom estado da Mariana. Para voltar a ter o carro com os pneus mais ou menos em ordem (ainda sem o pneu novo) conseguiram fazer-me perder dois dias!!!! É nestas alturas que o leve leve não cai nada bem.
Sexta-feira consigo finalmente voltar para o trabalho de campo e não ter nenhum furo. Mas para compensar fiquei com o vidro da frente partido. É claro que teve que ser na situação mais absurda. Parei o carro debaixo de uma fruteira com uns 5m de altura para fazer um ponto de contagem de aves e há um parvo de um miúdo (ao qual até tinha prometido boleia, assim que acabasse a contagem) que decide subir à árvore e atirar com a ÚNICA fruta-pão que lá estava ao vidro da frente. Ainda veio falar comigo para explicar o que se passou, mas eu optei por continuar a contagem, para pelo menos não perder o trabalho! E não é que quando chego ao carro o vidro não estava só “estralado”, como ele disse, mas partido. E entretanto ele já se tinha escapado. QUE RAIVA!!!!!!!

É nesta bela figura que se encontra a minha pobre fera. Desgraçado, aproxima-se a passos largos do estado miserável da média do automóvel santomense... Vamos lá ver o que lhe conseguem fazer num fim-de-semana alargado na oficina, que para a semana temos mais trabalho para fazer no escafundó de Ribeira Peixe!

Visitas...

E por estes dias recebi finalmente visitas em São Tomé. Não é que tenha tido o tempo que queria para aproveitar a oportunidade para laurear a pevide, mas é sempre bom ter alguém diferente com que conversar e andar por aí a desfrutar as coisas boas da ilha, a passarinhar descontraidamente.

A fazer de turista na cascata de S. Nicolau – Francisco, Joaquim, Zélito e eu (foto da Alexandra).

Obrigado pela visita e bom regresso à “civilização”. Foi bom ter alguém diferente com quem falar e que tenha a mesma noção de lógica que eu! Por aqui dá para ter a sensação de que quem deve ter perdido a noção de realidade fui eu, e de que não são os santomenses que têm uma percepção “muito própria” da realidade.
Fico à espera dessas fotos!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Onde a fisga não chega.

A semana passada, e com os pes finalmente recuperados, comecei o trabalho na zona Sul da ilha, que e tambem a mais inacessivel. E decidi investir primeiro na Costa Oeste, mais concretamente em S.Jose de Binda! E apesar da distancia e dos contratempos, acabamos por conseguir fazer tudo o que era suposto em apenas 3 dias.

Atravessando o Rio Lemba. Nao quero imaginar como vai ser este rio na epoca das chuvas...

E a inacessibilidade tem das suas vantagens. Aparentemente nesta zona nao se usam muitas fisgas e a passarada e muito mais confiante. As aves aproximamdo-se de uma forma impensavel para a maior parte da ilha, onde tambem e quase impossivel passar 3 dias sem ver pelo menos uma crianca de fisga em riste! E assim pude tirar umas belas fotos, mesmo sem sair da casa onde ficamos...

Macho de Camussela (Ploceus grandis).

Tordo (Turdus olivaceofuscus) apanhado em flagrante a atacar um mamao!


E ate as borboletas me pareceram muito mais atrevidas...

(Agradeco se alguem souber identificar...)